Um dos motivos que mais desestabiliza os orçamentos familiares, é a ocorrência de imprevistos. Para momentos como esse, seja a perda de um emprego com uma emergência de saúde, é que se faz importante ter uma reserva de emergência.
Nesse sentido, ela funciona como um suporte financeiro para que você possa lidar com as dificuldades sem precisar assumir dívidas. Assim, ao juntar um montante financeiro que seja suficiente para superar esses momentos de dificuldade, você cria tranquilidade no presente e evita problemas futuros.
Sabemos como é difícil iniciar uma nova rotina para reorganizar as finanças. Por isso, você descobrirá neste artigo como criar uma reserva de emergência, quais as suas principais características, além da melhor forma de mantê-la crescendo. Acompanhe o texto até o final, pois há muita informação valiosa para você.

O que é uma reserva de emergência?
A reserva de emergência ou fundo de emergência é um valor em dinheiro destinado a situações imprevistas que possam causar dificuldades financeiras. Ela se destina a cobrir ocorrências como despesas médicas, reparos não planejados no imóvel ou a perda de renda. Esse valor deve estar disponível para uso imediato, portanto, a melhor escolha é mantê-lo em aplicações que possuam liquidez imediata.
Além disso, a proposta da reserva de emergência é proteger o seu orçamento familiar. Dessa forma, nos momentos de necessidade, você não precisará usar formas de crédito mais caras, como os empréstimos pessoais e o cartão de crédito, reduzindo, assim, o risco de endividamento.
Você de guardar essa quantia aos poucos, ao longo do tempo, mantendo-a em aplicações seguras e preservando-a das perdas inflacionárias. Dessa forma, tão importante quanto poupar o dinheiro para esse fundo, é saber protegê-lo em um investimento financeiro adequado.
Qual o valor ideal a ser guardado?
Uma das primeiras dúvidas sobre a criação de uma reserva de emergência é determinar o valor total que você deve guardar. Ainda que não exista um valor único para qualquer caso, um fundo que cubra de 6 a 12 meses das despesas fixas familiares, em geral, é suficiente. Neste aspecto, profissionais com renda estável podem optar por uma reserva menor, enquanto os autônomos ou trabalhadores com ganhos variáveis precisarão de reservas maiores.
Dessa forma, se você possui despesas mensais que somam R$ 3.000,00, o fundo ideal irá variar de 18.000,00 a 36.000,00. O cálculo para chegar a esses valores é muito simples, bastando multiplicar o valor total das suas despesas pela quantidade de meses estipulada. Com isso, após determinar o montante da sua reserva de emergência, você deve começar a colocar seus planos em prática.
Assim, o passo seguinte é criar uma estratégia para iniciar a poupança desse valor. Você não deve fazer sacrifícios que não sejam sustentáveis ao longo do tempo. Portanto, escolha um percentual da sua renda que você possa separar para essa finalidade. Lembre-se que esse fundo será criado em meses, senão anos, logo, não é uma ação para ser concluída no curto prazo.
Como começar a construir um fundo de emergências, na prática?
O grande desafio de iniciar a sua reserva de emergência, talvez seja, modificar antigos hábitos financeiros. Assim, a primeira ação deve ser o mapeamento completo das suas finanças. Você deve identificar todas as suas fontes de receita, bem como o total das suas despesas mensais. Somente com essa análise será possível identificar de onde cortar gastos para destinar à poupança.
Desse modo, defina uma meta mensal de economia que seja realista aos seus compromissos financeiros. A partir daí, crie uma maneira segura de automatizar os seus depósitos na aplicação escolhida. Para que isso dê certo, siga uma regra simples: separe o valor para o seu fundo assim que receber seu salário, não espere o final do mês. Ao inverter essa lógica, você passa a ajustar as suas despesas a sua nova realidade financeira, garantindo que a criação do seu fundo tenha sucesso.
Além disso, se empenhe para manter a consistência dos seus depósitos. Continue fazendo contribuições regulares e evite saques desnecessários. É importante ter claro que a reserva de emergência é para aquelas situações em que tudo deu errado. Portanto, organizar uma festa surpresa ou fazer uma viagem de férias não podem ser gastos que esse fundo irá financiar. Você deve ter um planejamento específicos para essas despesas.
Onde investir a reserva de emergência?
Tão importante quanto criar um fundo para emergências, é saber mantê-lo de forma segura. Assim, é necessário saber escolher o investimento que mais se adeque a destinação desse dinheiro. Se o propósito dessa reserva é permitir que você resolva emergências financeiras, o investimento selecionado precisará ter liquidez e rendimento adequados, mantendo-o protegido. Logo, encontrar o equilíbrio entre flexibilidade e bom rendimento será o grande desafio a ser superado.
Dessa maneira, algumas opções atendem a esses requisitos, como o tesouro SELIC E os CDBs com liquidez diária. A primeira opção, tem um atrativo a mais por ser um investimento com garantia governamental. Já os CDBs são títulos com proteção do fundo garantidor de crédito (FGC) e permitem resgates rápidos, sendo uma excelente escolha para as emergências. Além disso, os fundos de Investimentos com prazos curtos de resgate e taxas administrativas zero ou muito baixas, como (D+0 ou D+1), também são boas opções.
Portanto, existem três fatores que você deve considerar quando definir a forma de proteger a sua reserva de emergência:
Liquidez — uma vez que o dinheiro precisa estar disponível, sem que haja perdas ao fazer o resgate — quando você precisará utilizá-lo para alguma emergência.
Baixo risco — é necessário ter claro que a reserva de emergência será utilizada em momentos em que você não possuirá outro recurso além dele. Logo, você não deve escolher aplicações com riscos de perda do dinheiro investido, seja cauteloso.
Previsibilidade — é fundamental que você escolha um investimento cujo rendimento é previamente conhecido, assim como o período necessário. Assim, você saberá qual a quantia e o tempo necessários para que seu fundo alcance os objetivos planejados.
Como manter e ajustar sua reserva de emergência ao longo do tempo?
Após iniciar a sua reserva de emergência, acompanhe regularmente a sua evolução. Além disso, revise periodicamente se o montante criado continua adequado às suas necessidades. Caso seja necessário, recalcule tanto a quantia quanto o tempo, fazendo os devidos ajustes conforme as mudanças na sua renda ou nos gastos mensais.
Outra medida importante é reabastecer o seu fundo sempre após o seu uso. Providencie essa medida da forma mais rápida possível, mantendo suas reservas completas e preparadas para futuras emergências. Essa reserva é um ativo que deve fazer parte da rotina financeira de forma perene, pronto para te atender quando for necessário.
Por fim, avalie sempre novas opções de investimentos. Faça pesquisas e busque informações com a sua instituição financeira. Sempre é possível que opções mais lucrativas, e que se adéquem às suas necessidades, possam surgir. Nesse caso, faça as devidas adaptações na sua estratégia para usufruir dos benefícios e maximizar os resultados.
Conclusão
A criação e manutenção de uma reserva de emergência é uma atitude que você deve tomar visando a manutenção da estabilidade financeira no longo prazo. Somente com a criação de um amortecimento para os impactos não previstos será possível planejar estratégias para o progresso sustentável das suas finanças.
Desse modo, diversos cuidados precisam ser observados para que a criação desse fundo não comprometa o seu equilíbrio financeiro. Etapas como o cálculo das suas despesas, a estimativa do fundo e o prazo para concretizá-lo precisam de bom planejamento. Além disso, saber escolher onde investir é tão importante quanto conseguir guardar. Uma decisão equivocada pode comprometer meses de esforços.
Por fim, inicie quanto antes a construção da sua reserva, defina metas claras e escolha as estratégias mais adequadas ao seu perfil. Quando se trata de investimentos, o tempo é um aliado que deve trabalhar a seu favor, logo, evite adiar o seu início. Assim, aproveite todas as orientações mostradas neste artigo e dê os primeiros passos na direção da sua tranquilidade financeira.
Escrito por Mauro Motta, fundador do site Olhar Financeiro, editor do blog e especialista em planejamento e educação financeira pessoal, cujo objetivo é tornar o conhecimento financeiro acessível a todos.