O nosso planeta vive uma emergência climática sem precedentes. Apesar desta triste realidade, a nossa dependência dos combustíveis fósseis como petróleo e o carvão, infelizmente, bloqueia ações urgentes de uma transição para fontes de energia renováveis.
Atualmente o mundo consome cerca de 35 bilhões de barris de petróleo por ano. Enquanto as suas reservas globais já dão sinais de esgotamento, o mundo ainda reluta em avançar na direção de matrizes energéticas sustentáveis. Alguns estudos indicam que, mantendo o ritmo atual de exploração, o petróleo acabará, provavelmente, nos próximos 50 anos, enquanto o carvão em até um século.
Por outro lado, essas fontes de energia renováveis como o sol, o vento e água oferecem uma solução promissora para enfrentar esses desafios atuais. Essas alternativas mostram possuir potencial para reduzir as emissões de carbono, além de transformarem positivamente a economia global, com a criação de novos empregos e a redução dos custos operacionais.
Assim, esse modelo energético tem o potencial de fomentar Avanços em setores estratégicos como o de tecnologia e de infraestrutura. Além disso, a redução dos desperdícios e a otimização dos recursos disponíveis são propostas inerentes ao projeto e essenciais para estimular a economia circular.
Fontes de energia renováveis: o que são e por que importam?
As fontes de energia renováveis, como o próprio nome indica, fornecem os recursos naturais necessários ao nosso consumo sem que haja o risco do seu esgotamento. Ao contrário das fontes energéticas predominantes hoje, elas se regeneram continuamente. Como exemplos podemos citar a luz solar, o vento, a água, a biomassa e a energia geotérmica que, em alguma medida, já fazem parte das nossas vidas.
Outro diferencial presente nas fontes renováveis, quando comparadas aos combustíveis fósseis, é o seu baixo potencial de emissão de gases do efeito estufa. Ao contrário deles, a quantidade de poluentes e resíduos eliminados no meio ambiente, é pouca ou quase nenhuma — característica muito bem-vinda ao momento atual que o planeta vive.
Além disso, essas fontes energéticas representam algumas respostas às crescentes demandas da sociedade por soluções sustentáveis aos problemas climáticos atuais. O potencial existente é tão grande quanto os desafios a serem enfrentados.
Podemos citar, como exemplo, a quantidade de energia que o sol irradia diariamente no nosso planeta. Aproximadamente, 10 vezes mais que o necessário para suprir todas as nossas necessidades energéticas. Entretanto, esse potencial energético é tão grande quanto os desafios de transformá-lo em realidade. Sendo preciso direcionar os investimentos e as inovações tecnológicas necessárias à viabilização desse propósito.
Além do impacto ambiental, a economia global também se beneficia das escolhas sustentáveis. Os países que investem em energias renováveis reduzem gradualmente sua dependência dos combustíveis fósseis importados. Tal iniciativa fortalece suas economias, reduz a vulnerabilidade nos momentos de crise e amplia sua segurança energética.
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Desafios das fontes de energia elétrica renovável
Embora promissoras, as fontes de energia renováveis enfrentam desafios consideráveis, especialmente na produção de eletricidade, a forma mais comum do consumo energético no mundo.
Alguns cálculos estimam que seriam necessárias fazendas solares com centenas de milhares de quilômetros para suprir a nossa demanda energética atual. Apesar disso, construir tal estrutura não é o nosso maior problema. Existem obstáculos que ainda precisam ser superados, tais como, o aumento da eficiência na transmissão e no armazenamento dessa energia, fatores que ainda não solucionados.
Com isso, as usinas solares e eólicas precisam ser instaladas em locais com alta incidência de luz solar e ventos constantes, como nos desertos e regiões costeiras, respectivamente. No entanto, essas áreas geralmente estão distantes dos grandes centros urbanos, locais onde existe maior demanda por energia elétrica.
Transporte e armazenamento de energia: o grande desafio da transição renovável
Como citamos anteriormente, outro problema emergente é a perda de energia nas redes de transmissão elétrica. Os cabos convencionais, por exemplo, dissipam até 8% da eletricidade transportada, na forma de calor, devido à resistência dos materiais. Porém, quando as redes de transmissão percorrem distâncias mais longas, essas perdas são ainda maiores.
Assim, observamos a necessidade do desenvolvimento de condutores mais eficientes, como supercondutores que consigam operar à temperatura ambiente. Para isso, somente com a combinação de investimentos e incentivos, tanto governamentais quanto privados, que alcançaremos os necessários avanços tecnológicos.
Outro grande desafio que enfrentamos é a capacidade limitada de armazenamento e transporte da produção da energia renovável atual. Ainda que recentemente, tenham havido aprimoramentos no desenvolvimento das baterias de lítio, sendo mais leves e com maior densidade energética, alguns problemas continuam sem solução ainda.
Atualmente, nossas melhores baterias conseguem armazenar cerca de 2,5 megajoules de energia por quilograma de massa. Isso é aproximadamente um vigésimo da quantidade de energia contida num equivalente de gasolina. Assim, para serem realmente competitivas, as baterias futuras precisariam conter muito mais energia, sem aumentar o seu custo.
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Impactos econômicos das fontes de energia renováveis
A transição para fontes de energia renováveis traz diversos benefícios econômicos significativos, que vão além das conhecidas vantagens ambientais. Nesse sentido, podemos destacar os custos operacionais das usinas solares e eólicas que diminuem drasticamente após a sua instalação, reduzindo as despesas no longo prazo. Trata-se de um grande diferencial quando comparado às usinas de combustíveis fósseis que dependem, permanentemente, do fornecimento de insumos para a produção energética.
Além disso, as fontes renováveis podem levar à independência energética. Num cenário onde conflitos armados e embargos econômicos podem interromper o fornecimento de combustíveis, essa autossuficiência energética faz toda a diferença. Assim, tais investimentos permitirão, a médio prazo, que os países reduzam a importação de petróleo e gás, fortalecendo as economias locais e reduzindo suas vulnerabilidades energéticas.
Somado a isso, a geração de empregos verdes é outro impacto econômico relevante. Alguns setores como engenharia, tecnologia e manutenção de equipamentos renováveis estão criando milhões de oportunidades de trabalho. Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), atualmente, o setor emprega mais de 12 milhões de pessoas no mundo, com perspectivas animadoras de crescimento contínuo.
O papel do Brasil nas fontes de energia renovável
O Brasil possui condições privilegiadas para liderar a transição energética global. Esse destaque se deve mais, à abundância de recursos naturais, como sol, vento e água, do que às suas ações efetivas nessa direção. Assim, ainda que o país seja uma referência em energia hidrelétrica e tenha expandido a sua capacidade solar e eólica, as políticas públicas de incentivo ao setor deixam muito a desejar.
Desse modo, é essencial fazer investimentos em inovação tecnológica para maximizar o potencial dessas fontes de energia já existentes. Por isso, avançar nas pesquisas para desenvolver baterias mais eficientes, sistemas de transmissão que minimizem perdas e investimentos no setor são medidas fundamentais para alçar o Brasil como líder nesse setor.
Além disso, as necessárias políticas públicas que incentivem investimentos no setor e atraiam capital estrangeiro precisam sair do papel. As atuais ações governamentais são desanimadoras, mas ainda há tempo para mudanças de rumo. Da mesma forma, nosso compromisso com a sustentabilidade também precisa ser consolidado. Ao melhorar a imagem do país no cenário internacional, novas oportunidades poderão surgir, tornando-o economicamente mais competitivo.
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Conclusão: um caminho viável para um futuro sustentável
Nosso planeta, já faz décadas, está nos enviando sinais de esgotamento. Sua capacidade de lidar e reverter as ações humanas estão cada vez mais limitadas e menos efetivas. Assim, ainda que tardiamente, é hora de cidadãos e governos fazerem a sua parte. Infelizmente, deixamos o tempo passar, e, portanto, os sacrifício e investimentos precisarão ser maiores. Entretanto, ainda é possível.
Por outro lado, ainda há o que fazer para melhorarmos essa condição atual. Se por um lado há a necessidade de grandes investimentos em novas matrizes energéticas, por outro, sabemos que o retorno é promissor. Portanto, voltar a atenção das nações para o desenvolvimento consistente e imediato para fontes de energia renováveis, mais que uma decisão sensata, é questão da nossa sobrevivência neste lugar.
Escrito por Mauro Motta, fundador do site Olhar Financeiro, editor do blog e especialista em planejamento e educação financeira pessoal, cujo objetivo é tornar o conhecimento financeiro acessível a todos.
